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1931 – DOURO FAINA FLUVIAL
O primeiro filme é uma curta-metragem documental sobre o Porto e a sua relação com o Rio Douro. Originalmente, o filme é mudo. Mais tarde foi acrescentada uma banda sonora de Luís de Freitas Branco. E, em 1995, o próprio Oliveira montou uma nova versão com música de Emmanuel Nunes.
1932 – HULHA BRANCA
Curta-metragem de apenas oito minutos sobre a Central Hidroelétrica do Ermal. Foi assinada com os seus nomes do meio, Cândido Pinto.
1932 – ESTÁTUAS DE LISBOA
Documentário desaparecido.
1937 – OS ÚLTIMOS TEMPORAIS
Com apenas quatro minutos, documenta as cheias do Rio Tejo.
1938 – MIRAMAR, PRAIA DAS ROSAS
Documentário desaparecido.
1938 – PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS / JÁ SE FABRICAM AUTOMÓVEIS EM PORTUGAL
Documentário sobre a transformação de três automóveis Ford, em modelos de corrida Edford. O próprio Oliveira conduziu um desses carros.
1941 – FAMALICÃO
Documentário sobre Vila Nova de Famalicão que inclui imagens da casa de Camilo Castelo Branco, em Ceide.
1942 – ANIKI-BOBÓ
Baseado no conto Meninos Milionários, de Rodrigo de Freitas, a primeira longa-metragem de ficção do realizador é uma história da infância passada na zona Ribeirinha do Porto. Porventura, é o mais consagrado filme português que tem a mais valia de documentar o Porto daquela época.
1956 – O PINTOR E A CIDADE
O primeiro filme a cores de Oliveira, 14 anos depois de Aniki-Bobó, é um documentário sobre a cidade do Porto. É também a primeira vez que usa planos longos.
1958 – O CORAÇÃO
Filme inacabado sobre uma cirurgia cardíaca do médico Manuel Gomes de Almeida.
1959 – O PÃO
Média-metragem documental encomendada pela Federação Nacional dos Industriais de Moagens que conheceu duas versões.
1962 – ACTO DA PRIMAVERA
A sua segunda longa-metragem é uma docuficção a partir do Auto da Paixão, de Francisco Vaz de Guimarães. Faz um retrato da representação da Paixão de Cristo numa aldeia de Trás-os-Montes.
1963 – A CAÇA
Curta passada na Ria de Aveiro, com referências a Luiz Buñuel. A censura obrigou a um corte no final, por considerar demasiado pessimista. Em 1998, Manuel de Oliveira “repôs” a versão original.
1964 – VILA AVERDINHO, UMA ALDEIA TRANSMONTANA
Documentário encomendado pela Sociedade Clemente Meneres.
1965 – AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO
Documentário com textos de José Régio sobre o seu irmão, o pintor Júlio, como poeta Saúl Dias.
1965 – 2008 – A VIDA E A MORTE, Romance de Vila do Conde
Segundo a idéia original, José Régio recitava o seu Romance de Vila do Conde (incluído no livro Fado). Mas Oliveira deixou o filme inacabado. Em 2008, com ajuda de Luís Miguel Cintra, conclui-o.
1965 – 2008 – O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA
Tal como o filme anterior, só foi concluído em 2008, com a ajuda de Luís Miguel Cintra.
1972 – O PASSADO E O PRESENTE
O regresso às longas-metragens, oito anos depois de Acto da Primavera. A adaptação de uma peça de Vicente Sanches. Um filme surpreendente com um forte traço de humor negro.
1974 – BENILDE OU A VIRGEM MÃE
Adaptação de uma peça de José Régio, marcou a consagração internacional do realizador. É a sua primeira obra com música original de João Paes e conta com Maria Barroso num papel secundário.
1979- AMOR DE PERDIÇÃO
Respeita quase na íntegra o texto do romance de Camilo Castelo Branco. Começou por ser uma série televisiva, em seis episódios, e acabou por conhecer uma versão cinematográfica, de 261 minutos. É a primeira obra a ser produzida por Paulo Branco.
1981 – FRANCISCA
Primeira adaptação de Agustina Bessa-Luís, que viria a ser a sua escritora de eleição. O filme parte do romance Fanny Owen e é considerado um dos expoentes máximos da sua cinematografia. Marca também a primeira participação de Diogo Dória.
1982 – VISITA – MEMÓRIAS E CONFISSÕES
Documentário autobiográfico, de que o próprio Oliveira é narrador, que só será exibido depois da sua morte.
1983 – LISBOA CULTURAL
Documentário televisivo encomendado pela RTP com algumas das mais ilustres figuras da cultura portuguesa, como Amália Rodrigues e Eduardo Lourenço.
1983 – NICE – A PROPOS DE JEAN VIGO
Documentário sobre Nice que tem como ponto de partida o filme A Propos de Nice, de Jean Vigo, realizado em 1930.
1985 – LE SOULIER DE SATIN (O SAPATO DE CETIM)
O maior filme de Oliveira tem uma versão longa de 415 minutos e uma versão televisiva, em quatro episódios, de 360. Parte da obra homônima de Paul Claudel e é, quase na sua totalidade, falado em francês. A ação decorre em Espanha durante a dinastia Filipina.
1985 – SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESCULTURA EM PEDRA – Porto
Realizado a meias com o seu filho, Manuel Casimiro, documenta a preparação de trabalhos de escultura para uma exposição no Palácio de Cristal.
1986 – MON CAS (O MEU CASO)
Nova adaptação de uma peça de José Régio, com uma declarada ligação ao universo do teatro. Inclui também citações do Livro de Job e de Samuel Beckett.
1987 – A PROPÓSITO DA BANDEIRA NACIONAL
Documentário sobre a pintura do seu filho, Manuel Casimiro.
1988 – OS CANIBAIS
Porventura a única ópera cinematográfica da história. O libreto foi escrito por João Paes a partir do conto de Álvaro de Carvalhal. Todas as personagens cantam. As vozes dos atores são dobradas por profissionais.
1990 – NON, OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR
Uma leitura muito pessoal da História de Portugal vista em flashback a partir da Guerra Colonial em África. A chave para o desígnio de um povo está nas derrotas e não nas vitórias. Na altura, foi o filme mais caro alguma vez já feito no nosso país.
1991 – A DIVINA COMÉDIA
Não se trata de uma adaptação de Dante. Num asilo psiquiátrico, os pacientes encarnam personagens mitológicas e entram em grandes discussões filosóficas com o auxílio de textos da bíblia, Nietzsche e José Régio. Interpretações de grande nível de Mário Viegas, Luís Miguel Cintra, Maria de Medeiros, Leonor Silveira e Diogo Dória. E a participação especial da pianista Maria João Pires.
1992 – O DIA DO DESESPERO
Depois de Amor de Perdição, Oliveira regressa a Camilo para retratar os últimos meses da sua vida, sobretudo baseado em cartas do escritor.
1993 – VALE ABRAÃO
Baseado no romance de Agustina, é uma espécie de versão moderna de Madame Bovary, passada nas margens do Douro, com esplendor fotográfico (o diretor de fotografia foi Mário Barroso). O filme sofreu um corte para poder ser estreado no Festival de Cannes.
1994 – A CAIXA
Registro aproximado da comédia que se situa numas escadas da mouraria, centrado em Luís Miguel Cintra, que faz o papel de cego.
1995 – O CONVENTO
Novamente a partir de Agustina, no caso o romance As Terras do Risco, conta com um elenco internacional que inclui Catherine Deneuve e John Malkovich.
1996 – PARTY
Desta vez Agustina escreveu os próprios diálogos numa história passada nos Açores, com interpretações, entre outros, de Michel Piccolli e Irene Papas.
1996 – EN UNE POIGNÉE DE MAINS AMIES
O encontro no Porto de dois velhos amigos, realizado em conjunto por Jean Rouch e Oliveira.
1997 – VIAGEM AO PRINCÍPIO DO MUNDO
Na última aparição de Marcello Mastroianni, o ator é um alter-ego de Oliveira, num filme marcadamente autobiográfico. Ganhou o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes.
1998 – INQUIETUDE
Cruza três histórias a partir de obras literárias distintas: Os Imortais, de Prista Monteiro; Suzy, de António Patrício, e Mãe de um Rio, de Agustina. Estréia do neto Ricardo Trêpa e da neta de Agustina, Leonor Baldaque.
1999 – LA LETTRE (A CARTA)
Adaptação de La Princesse de Clèves, de Madame La Fayette, com a participação de Pedro Abrunhosa, que fez também a música para o filme. A obra, falada em francês, conta ainda com Chiara Mastroianni e Maria João Pires.
2000 – PALAVRA E UTOPIA
Retrato biográfico do Padre António Vieira a partir das suas cartas e outros textos.
2001 – JE RENTRE À LA MAISON (EU VOU PARA CASA)
Reflexão sobre o cinema, o teatro e a vida, a partir da relação avô-neto, com Michel Piccolli no principal papel. O filme é falado em francês.
2001 – PORTO DA MINHA INFÂNCIA
Viagem autobiográfica à infância do realizador com o seu neto, Ricardo Trêpa, a fazer de Manoel de Oliveira.
2002 – MOMENTO
O único teledisco que Oliveira realizou é uma forma de agradecer a participação de Pedro Abrunhosa no filme A Carta.
2002 – O PRINCÍPIO DA INCERTEZA
Regresso a Agustina, desta vez a partir do livro Jóia de Família. É o primeiro da sua trilogia intitulada, justamente, O Princípio da Incerteza.
2003 – UM FILME FALADO
Mãe e filha fazem um cruzeiro pelo Mediterrâneo, durante o qual vão recordando a história dos povos do Sul. Leonor Silveira e John Malkovich nos principais papéis.
2004 – O QUINTO IMPÉRIO – ONTEM COMO HOJE
Dom Sebastião, o homem e o mito, revisitado através de uma peça de José Régio. Ricardo Trêpa no papel do monarca.
2005 – DO VISÍVEL AO INVISÍVEL
Segmento de um projeto de longa-metragem, intitulado Os Invisíveis, que fala sobre a incomunicabilidade e passa-se na Avenida Paulista, em São Paulo.
2005 – ESPELHO MÁGICO
Segunda parte da trilogia O Princípio da Incerteza, a partir de Agustina. Reencontram-se as mesmas personagens do filme de 2002.
2006 – BELLE TOUJOURS
Homenagem à Belle de Jour, de Luís Buñuel. As mesmas personagens encontram-se 39 anos depois, sendo que Michel Piccolli volta a representar o papel de Henri. O filme foi aclamado no Festival de Veneza.
2006 – O IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL
Documentário sobre Calouste Gulbenkian, encomendado pela Fundação para assinalar 50 anos de existência.
2007 – REENCONTRE UNIQUE
A convite do Festival de Cannes, Oliveira roda esta curta em que imagina um encontro entre o papa João XXIII e o presidente soviético Nikita Krutshev.
2007 – CRISTÓVÃO COLOMBO – O ENIGMA
Um médico e uma professora universitária defendem a tese de que Cristóvão Colombo é português e procuram provas no Alentejo. Com este mote, Oliveira fala dos Descobrimentos.
2009 – SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOIRA
O seu próximo filme, que está atualmente a rodar em Lisboa, é uma adaptação de um conto de Eça de Queirós. Deverá estrear no Festival de Berlim.
2009 – O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA
Projeto dos anos 50, recusado pelo SNI, que o realizador agora recuperou e espera poder realizar e mostrar no Festival de Cannes.